Pois é meus amigos... cá estou de novo de serviço. E começa bem!
Entro à meia-noite, farmácia cheia até à porta. Nada de caixa contada, seguranças ou fecho do dia. Duas colaboradoras na farmácia atarantadas... ajudo a atender, ajudo a contar a caixa, faço as seguranças, o fecho do dia e as seguranças novamente...
Está um casal dentro da farmácia. Vão a sair... abrimos a porta e chega um senhor de fato.
Uma das colaboradoras pede gentilmente que o senhor não entre já que a partir da meia-noite temos ordens para atender pelo postigo.
Respondeu que não era um assalto.... O que é certo é que fica à espera que a porta feche do lado de fora.
Oiço lá fora: De dia ainda se compreende, por causa dos assaltos, agor aà noite não tem jeito nenhum! (pois, também não percebi... na terra dela devem atender pelo postigo de dia e abrir a porta à noite... Realmente não percebo como é que os assaltos tÊm acontecido... sempre oi uma coisa que me intrigou...)
Demoro talvez um minuto (exagerando para mais)...
Vou atender ao postigo, peço desculpa pela "demora". Chegam 6 pessoas vindas do nada e ficam na fila.
Vou buscar os medicamentos, faço a receita, tiro o recibo. Vou até ao postigo e digo ao Sr. de Fato que tem a pagar 5,54€.
Mostra-me o cartão MB com cara de poucos amigos.
Vou buscar o novo terminal de pagamento MB portátil (sim, esta é uma farmácia da moda) que ainda não foi usado.
Meto o cartão, o valor a pagar.... meto tudo no postigo e rodo para o exterior.............
Não cabe, não dá a volta porque o terminal+cartão inserido é grande demais!!!! Oh pouca sorte!
Retiro o cartão, peço um segundo, vou atrás e volto ao sistema antigo (não, não é o de pedir o código e fazer eu o pagamento com o cartão do utente): terminal fixo ligado a uma extensão de 5 metros...
Oiço lá fora um zum-zum de desagrado.
Desenrolo o fio e levo o MB para o sítio. Volto para trás para seleccionar o pagamento (estes terminais como sabeis não dão para meter o valor manualmente), passo o cartão, meto o terminal no postigo, rodo para o exterior...
- Não é esse cartão. Quero este.
Entrega-me outro cartão. Volto atrás e repito a selecção no PC, volto ao terminal passo o novo cartão e meto o terminal no postigo... rodo...........
O Sr. do Fato mete o código....
Uma utente-não-de-fato duas pessoas atrás dele começa a resmungar a dizer que tem pressa....
Respondo que não posso fazer nada. Que estou sozinho, não posso fazer nada e tenho de atender as pessoas pela ordem de chegada, mas se tiver muita pressa pode pedir às pessoas que estão à frente dela se a deixam passar (ao que toda a gente olha para o chão) ou pode ir a outra farmácia de serviço...
A meio (mais ou menos no "estou sozinho, não posso fazer nada" da minha frase o Sr. de Fato levanta os olhos enfurecidos e diz:
- E ainda por cima é mal criado! O Sr. tem de ter respeito! Ainda se põe a mandar bocas foleiras!
(Ao que eu interrompo (eu sei que é má educação): Desculpe, estava a falar para a Sra. atrás de si....)
- Como é que eu hei-de saber? Estava a olhar para baixo! E também não interessa. Isso é postura para se ter? Ainda se põe a mandar bocas? É muito pouco profissional, o sr....
Claro, pensamento de multidões, começa tudo a reclamar que não tenho o direito de falar assim, com esta atitude não vou ficar aqui muito tempo (é verdade, saio às 9 da manhã), blá blá blá blá...
Fico com aquela cara de parvo sem preceber quase nada...
- O Sr. (o do Fato) está chateado porque ficou à espera e foi atendido do lado de fora, mas eu não tenho culpa disso. As ordens que tenho são para depois da meia-noite (a factura/recibo marca 00:20) fechar a porta e atender pelo postigo. Perguntaram-lhe se se importava....
Ele continuou (cada vez mais exaltado):
- Isto não tem jeito nenhum! E ainda se põe a mandar bitaites. Eu moro aqui perto e não tenho problema nenhum em passar cá amanhã!
- Esteja à vontade.
(ainda mais exaltado, claro)
- Porque eu estou de fato mas não se deixe enganar! Não se deixe enganar!
(Pelos vistos sem fato deve ser outro... mais gordo talvez. -pensei eu)
- O Sr. desculpe mas ao já estar atendido e estar a reclamar de uma coisa que não foi consigo, só está a atrasar mais a Sra. que se estava a queixar que eu estava a demorar muito... E o Sr. se estava cateado por eu também demorar muito afinal não mostra estar com muita pressa...
Foi embora barafustar contra tudo e todos e a "multidão", claro, animada pela adrenalina alheia continuou o chorrilho de protestos porque eu estava a demorar muito a atendê-los...
O próximo utente continuou cheio de energia:
- Porque com essa atitude não vai ficar cá muito tempo! E isto tem aqui o papel vermelho!
- Papel vermelho?? (Será que ele está a pensar nos cartões vermelhos do futebol????)
- Sim, o papel vermelho das reclamações!
- Ah, o livro de reclamações temos, concerteza. Quer usufruir do seu direito? Só preciso da sua identificação.
- AH, e ainda brinca! O seu patrão vai gostar muito de saber! O cliente tem sempre razão! Blá blá blá blá...
- Desculpe, vai dar-me a receita ou dizer-me o que quer ou veio só por solidariedade ao Sr. que acabou de sair?
Lá me deu a receita e virou-se para trás para os compnheiros de luta:
-Veêm, comigo já não brinca! Isso é que era bom! Não que comigo não fazem farinha!!
blá blá blá malcriado blá blá blá bitaites...
Aviei a receita, etc etc etc. tudo normal.!
Chega a vez da Sra. com a pressa.
- Boa noite (digo eu sempre em modo automático)
(sem resposta) pousa a receita e diz: - Tou com pressa!
Vou buscar os medicamentos mas infelizmente o Primperan injectável está esgotado! Que azar!
Dirijo-me à porta:
- Peço desculpa mas o primperam injectável está esgotado. Não temos. Pode levar já os outros e ir a outro lado, ou pode levar a receita e aviar tudo noutro sítio. Estes 3 em princípio sõa fáceis de arranjar!
- O quê???? Ainda por cima não tem?? Este tempo todo e agora não tem o medicamento?? Que espécie de farmácia é esta?? Isto é que é bonito! Querem é dinheirinho dos genéricos, não é??
Uma senhora atrás dela:
- Bem, foi antipático mas até tinha razão! Vai ter de ir a outro lado e mais valia ter ido logo!! (Não em ri exteriormente...)
- Eu não tenho culpa. O medicamento esgotou nos nossos fornecedores. Nós não controlamos a produção! Só lhe posso dizer que não temos...
Agarrou a receita e ia-se embora. Diz a mesma que até tinha uma réstia de inteligência:
- Ele é que não é, porque se fosse simpático ligava daqui para as farmácias que estão de serviço aa perguntar se têm!
- A Apressada virase para trás e percebendo que não podia exigir, pede.
- Com certeza. Aguarde um segundo.
Ligo para as 3 outras farmácias de serviço, duas não atendem, uma diz que não tem!
Explico o sucedido à Apressada!
- Não há direito! Demoro este tempo todo e nada! Onde é a farmácia mais próxima?
- É já ali ......................................
- Bem, obrigado! Boa noite! (Devia pensar que afinal já não era tão mal criado como pensava)
Continuou por mais um pouco mas como a adrenalina de Fato já tinha sido metabolizada pela COMT e MAO a coisa começava a esfriar...
Espero amanhã um Sr. de Fato sem fato para ver se afinal é o mesmo ou deixou o fato em casa...
Pelo menos amnhão teremos post garantido!! hehe
Até logo! e não se esqueçam do Seroquel SR 400 (como diria um colega meu...) 800 mg / dia... é como o Liedson, resolve!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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